Alzheimer: estilo de vida saudável adia o aparecimento da doença

Kalpon Arris By Kalpon Arris
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SÃO PAULO — Um estilo de vida saudável está associado a uma expectativa de vida mais longa, com maior qualidade de vida. Ou seja, com menor tempo de vida com demenência. A conclusão é de um estudo publicado recentemente na revista The BMJ.

O aumento da expectativa de vida tem como principal efeito colateral o aumento do risco de doenças associadas ao envelhecimento, como o Alzheimer. A estimativa é que até 2015, o número de pessoas que vivem com a doença e outras demências triplique em todo o mundo, atingindo 152 milhões de indivíduos.

Não é novidade que ter hábitos saudáveis ao longo da vida, como praticar exercícios físicos regularmente, desafiar a mente e seguir uma alimentação saudável ajuda a reduzir o risco de problemas cognitivos e neurológicos e prolonga a longevidade. Entretanto, permanece a questão se os anos extras de vida também significam mais tempo vivendo com Alzheimer.

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Para avaliar o impacto potencial de um estilo de vida saudável no número de anos vividos com e sem Alzheimer, uma equipe de pesquisadores dos EUA e da Suíça analisou dados de 2.449 pessoas com 65 anos ou mais (idade média de 76 anos), sem histórico de demência.

Os participantes preencheram questionários detalhados sobre dieta e estilo de vida e uma pontuação de estilo de vida saudável foi desenvolvida com base em: uma alimentação híbrida entre as dietas mediterrânea e DASH (rica em grãos integrais, folhas verdes e frutas vermelhas e pobre em fast-food, fritura e carnes vermelhas); prática de atividades cognitivamente estimulantes (ler, visitar um museu ou fazer palavras cruzadas), pelo menos 150 minutos por semana de atividade física; não fumar e baixo consumo de álcool.

Os resultados mostraram que, em média, mulheres e homens de 65 anos com um estilo de vida saudável viveriam mais 24,2 e 23,1 anos, respectivamente. Para aqueles com um estilo de vida menos saudável, a expectativa de vida era menor – 21,1 e 17,4 anos, respectivamente.

A grande e boa novidade é que a maior parte desses anos extra são vividos sem demência. Mulheres e homens sem um estilo de vida saudável viveram 4,1 e 2,1 anos, respectivamente, com a doença. Enquanto aqueles que seguiram uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos e mentais, viveram metade desse tempo com a doença: 2,6 anos para mulheres e 1,4 anos para homens.

Aos 85 anos, essas diferenças eram ainda mais notáveis.

Vale ressaltar que esse foi apenas um estudo observacional, que não pode estabelecer uma relação de causa e consequência. Mesmo assim, os pesquisadores afirmam que “uma expectativa de vida prolongada devido a um estilo de vida saudável não é acompanhada por um aumento do número de anos vivendo.

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